Como melhorar a relação com seus pais

Agora você sabe que seus pais não são normais. E você aceita isso.

O que você não tem certeza se é normal, entretanto, é seu relacionamento com aqueles que o trouxeram ao mundo - especialmente quando você compara sua situação com a dinâmica de seus amigos com os pais deles.

É uma preocupação comum, explicam os terapeutas. A transição para a idade adulta reconfigura o que significa estar apegado às pessoas que o criaram - especialmente quando você não está mais morando sob o teto deles.

A mudança na evolução em quão dependente você é dos seus pais, o quanto você gostaria que eles se envolvessem em sua vida adulta e como suas necessidades se tornam grandes à medida que envelhecem pode abrir caminho para tensões imprevistas.

E como muitos de nós relutamos em expressar nosso desconforto - seja falando diretamente com nossos pais ou desabafando com nossos amigos - acabamos nos sentindo muito mais sozinhos do que realmente somos.

A ironia é que existem muitas outras pessoas por aí que pensam da mesma forma que você em relação à sua família.

Vejamos alguns exemplos:

O número do seu pai aparece na sua lista de “ligações recentes” mais do que o da sua melhor amiga. Você vê seus pais várias vezes por semana. Você se pega despejando tudo para sua mãe sobre questões particulares de amor, namoro, trabalho e saúde.

Porque isso acontece?

Confiar em um dos pais bem na casa dos 20 anos pode não ser uma coisa tão ruim, afinal.

Na verdade, a geração Millenium são mais dependentes de seus pais para obter apoio emocional, conselhos ou jantares várias vezes por semana e tendem a se sair melhor do que aqueles que não o fazem.

Essa pode ser a explicação do porque estamos esperando mais tempo do que nossos pais para se casar, mais aptos do que eles para buscar o ensino superior e ao enfrentar algumas mudanças e desafios econômicos .

Também tem o seguinte: seus pais podem oferecer assistência material - digamos, um carro ou algum dinheiro - para te ajudar a enfrentar alguma crise e isso te dará mais vantagem quando começar a sua vida adulta.

Os pais têm 25 anos ou mais de experiência para lidar com esses problemas. E com isso os jovens adultos tendem a recorrer a eles para obter conselhos e apoio emocional.

Contanto que você se sinta bem com a forma como as coisas estão, não se preocupe em estar perto deles e compartilhar o que deseja com seus pais.

Como corrigi-lo?

Se, por outro lado, o apoio dos seus pais se tornar indesejado ou exagerado, comunique suas necessidades de autonomia.

Simplesmente dizendo: “Mãe, eu te amo. Mas quando você fica me perguntando se posso pagar meu aluguel, me sinto incompetente. ”

Ou talvez, "Muito obrigado pelo seu interesse em me aconselhar sobre minha carreira, pai, mas agora que tenho um emprego, agradeceria se você pudesse me deixar lidar com esta situação específica com meu chefe".

Se você sentir necessidade, peça a ajuda de um terapeuta para ajudar a garantir que sua mensagem seja transmitida corretamente. Apoiar-se em um pai bem na casa dos 20 anos pode não ser uma coisa tão ruim. Mas só porque você tem um relacionamento super próximo com seus pais não significa que você está fadado a ser independente por toda a vida.

Talvez você seja o oposto do exemplo acima: você vem de uma família distante e não consegue se identificar com a proximidade que vê ou ouve falar entre alguns pais e seus filhos adultos.

Existem pessoas que tem sorte de falar com sua mãe ou pai uma vez por mês, no máximo. E quando o faz, as conversas são mais do tipo “estritas”, com poucos detalhes.

Porque isso acontece?

Se afastar de seus pais é mais comum do que você pensa. De acordo com seus estudos, cerca de 1 em cada 10 mães tem um filho com quem não mantém contato regular.

Uma grande mudança nas práticas familiares e um boom de divórcios desde a década de 60 preparou o terreno para esse tipo de relacionamento.

Como não temos tantas forças institucionais e comunitárias unindo famílias em nossa era moderna, a principal coisa que une os filhos adultos de hoje a seus pais é se o filho deseja o relacionamento.

Em nossa cultura, os filhos são mais propensos a julgar os pais de maneira injusta, embora os pais estejam dando o melhor de si, o que pode aumentar a probabilidade de separação.

Como corrigi-lo?

Se você está realmente insatisfeito com a distância entre você e seus pais, existem medidas que você pode tomar para se reconectar.

Grande parte disso se resume a ser claro sobre como você gostaria que seu relacionamento com eles fosse. Por exemplo, menos críticas, menos sentimento de culpa ou um maior reconhecimento da parte deles de como seus comportamentos o magoa.

Também pode incluir a tentativa de encontrar empatia por qualquer situação que os tenha levado a se afastar, como um divórcio, um problema de saúde mental ou física ou uma relocação geográfica.

A maioria dos pais não fez tanta terapia quanto seus filhos adultos e não são tão bons quanto comunicar seus sentimentos. Na maioria dos casos, pode ser difícil perceber que, de forma realista, eles sempre fizeram o melhor que podiam.

Se você não consegue restabelecer uma conexão com um pai ou mãe distante, talvez devido à própria falta de vontade ou diferenças grandes entre vocês, tente encontrar o que deseja e sente que precisa em outro lugar.

Amigos próximos, outras pessoas importantes e grupos de apoio , ou às vezes até seus amigos de trabalho, são bons lugares para começar.

Talvez 20 anos atrás, o seu pai estava fora o tempo todo para trabalhar, ou a sua mãe lutou contra um vício, ou alguma outra coisa que lhe causou muita dor. Agora, como adulto, você se sente ressentido com a infância que perdeu.

Mesmo se as circunstâncias não fossem tão extremas, guardar rancor de seus pais por algo que eles fizeram em sua infância não é incomum.

Porque isso acontece?

Guardar rancor acontece, em parte, porque muitas vezes não entendemos que ser pai ou mãe é um trabalho muito difícil, apesar da percepção de que os pais estão fadados a atrapalhar você até certo ponto.

Ser humano é ser de alguma forma confundido por seus pais. Mas nutrir ressentimento contra aqueles que nos criaram só te prejudica mais a longo prazo.

Parte de crescer é lidar com qualquer dano que você tenha sofrido na infância e superar isso.

Como corrigi-lo?

O primeiro passo nesse processo é o perdão. Não importa o quão ruim a situação aconteceu, para levar uma vida feliz e saudável, você precisa gastar menos energia apontando o dedo.

Em vez disso, gaste mais energia dominando as habilidades de enfrentamento para lidar com gatilhos emocionais e problemas de relacionamento. A terapia é sempre uma ótima opção, mas também outras estratégias são o ioga, a meditação e as artes marciais - qualquer coisa que acalme a mente e o corpo.

No caso de você querer confrontar seu pai ou sua mãe por erros anteriores ou discutir a causa raiz de seu ressentimento, prepare-se para a reação deles.

Eles provavelmente não só ficarão magoados com o seu confronto, como também podem não se lembrar de coisas como você, e você pode acabar se sentindo invalidado pela resposta deles.

Digamos que você queira ser um YouTuber e sua mãe prefere que você se matricule em uma faculdade. Ou talvez você queira vender todas as suas coisas e testar ser mochileiro por um tempo, mas seu pai diz que você precisa entrar no “mundo real” e parar de ser tão irreal. Se você discorda de sua mãe ou pai sobre dinheiro, estilo de vida, padrões ou hábitos de trabalho , você não está sozinho. A tensão entre pais e filhos adultos é bastante normal.

Porque isso acontece?

Desentendimentos são mais comuns quando o filho adulto depende muito dos pais para obter apoio. Pense nisso: se o seu pai está te ajudando a pagar a conta do telefone todo mês, é difícil não sentir que ele tem "direito" a dizer algo na sua vida, certo? Divergências também podem surgir quando um dos pais exagera no conselho não solicitado ou quando o pai ou o filho pensam diferente sobre ser uma parte significativa da vida do outro.

Como corrigi-lo?

A boa notícia é que essa tensão tende a diminuir com a idade, à medida que aprendemos a escolher nossas próprias batalhas e aceitar nossos pais como eles são. Pais e filhos adultos que conseguem encontrar humor em suas frustrações tendem a ter mais facilidade em suas relações. Portanto, se surgir a oportunidade de rir - como dar um passo para trás e ver como você é parecida com a sua mãe quando está reclamando ou quão absurdo seu guarda roupa é parecido com o do seu pai- aproveite-as.

Digamos que seja o jantar de Natal e você esteja importunando seu pai sobre sua quarta fatia de bolo. Ou talvez você esteja implorando para a sua mãe finalmente parar de fumar um maço por dia. Você não está tentando deixar ninguém chateado, você apenas se preocupa - muito. Na verdade, se preocupar com alguém pode até mesmo fazer com que ela se sinta mais amada.

Porque isso acontece?

Quase todos nós estamos pelo menos “um pouco” preocupados com nossas famílias. Portanto, não é apenas comum se preocupar com um membro da família, mas uma quantidade moderada disso pode ser um método psicológico de regular a própria ansiedade . Ao verbalizar ou meditar sobre as preocupações sobre o bem-estar de outra pessoa ou um evento futuro, as pessoas preocupadas se sentem um pouco mais capacitados para antecipar e se preparar para resultados potencialmente negativos. E se seu aluguel é o que mais preocupa você , pode ser contagioso. A preocupação excessiva e o excesso de paternidade levam à ansiedade e ao estresse em filhos adultos.

Como corrigi-lo?

Se você está se sentindo oprimido pelo tanto que está enlouquecendo seus pais - ou o quanto eles estão perdendo a calma com você - pode ser bom entrar em contato com um profissional para ajudá-lo a controlar o estresse ou se comunicar com seus pais somente o tempo suficiente. Se você estiver com vontade, tente algo como: “Mãe, pai, eu sei que chamo a atenção de vocês muito e peço desculpas. Eu te amo e me preocupo com seu bem-estar, e reconheço que me preocupar é meu problema - não seu - e estou trabalhando nisso. ” Se a ansiedade é direcionada a você, tente o seguinte: “Mãe, pai, estou me sentindo um pouco sobrecarregado por suas preocupações comigo”. Ou ainda: “Você acha que poderia me deixar ir até você quando eu precisar de algum apoio? Isso realmente me ajudaria a me sentir melhor e ser menos reativo com você. ”

Como todo indivíduo, cada família tem suas próprias características. Aqueles de nós que se preocupam porque os nossos próprios pais não são normais, normalmente não sabem que a maioria das pessoas luta com os mesmos problemas. Contanto que as adversidades inevitáveis ​​não estejam atrapalhando o foco em suas próprias necessidades e objetivos, você provavelmente está tranquilo. No caso de você se sentir impedido por seu relacionamento com seus pais, não tenha vergonha de pedir a um terapeuta para ajudá-lo a descobrir a melhor forma de você se relacionar e se descobrir.